Carta a um Orientador Educacional
Prezado Orientador
Diego,
Trabalhar
com crianças com necessidades especiais não é tarefa fácil, nem tão pouco se
verá resultados da noite para o dia, mas ao fim de um obstáculo será muito
reconfortante alcançar mais uma etapa de forma satisfatória, seguindo conselhos
de grandes teóricos, educadores, etc., os quais nos ajudam a solucionar e
entender tais desafios.
A
respeito desses novos desafios que você terá que enfrentar pela frente,
dar-lhe-ei algumas recomendações e sugestões que o ajudará a enfrentar esse
primeiro desafio profissional, mediante importantes teóricos e educadores.
Espero que estes sejam de grande valia para você.
Como
nos é sabido acerca da inclusão, é que ela se trata de um processo em
crescimento, não só em nível nacional, mas também em esfera mundial; para tal,
ela vem amparada por documentos legais tais como LDB nº 9.394 (Brasil,1996),
Diretrizes Nacionais para a Educação Básica (Brasil, 2001), os quais
estabelecem vários níveis diferenciados de ação, sendo de âmbito relacionado à
sua natureza: política, administrativa e técnica, e que “deve ser
paulatinamente conquistada” (Carvalho 1997).
Desta
forma, tal temática – inclusão – segundo Aranha (2001) tem como base a inserção
de alunos, sendo estes possuidores de necessidades educacionais especiais, em
classes comuns; no qual refere-se a ideia de acolhimento, não de exclusão
destes alunos com deficiência.
Contudo,
é nítido que a educação especial ocupa espaço em vários veículos de comunicação
– como a mídia - na literatura, nos congressos, etc. E temos como mola
propulsora a Conferência de Educação para Todos (1990). Mas, infelizmente, o
nosso país está ainda muito longe de se tornar um país em que haja, realmente,
uma educação de qualidade para todos, mas nós não podemos esmorecer mediante a
este quadro de abandono. Por isso você, como orientador, tem que erguer a
cabeça e não perder o alvo e, sim, pôr em prática a teoria aprendida no curso
de Pedagogia.
Mediante
a leitura de alguns estudos, percebi que os tais nos revelam que, crianças com
necessidades educacionais especiais, em situações de ensino regular, têm melhor
desempenho social e acadêmico se comparadas àquelas as quais apenas recebem a educação
especial propriamente dita (Stainback & Stainback, 1992; Strully &
Strully, 1996). Tal realidade me motivou nesta minha jornada e sei que também
lhe ajudará na sua.
Para
que possamos transformar nosso tão sofrido país é necessário enfrentarmos
gigantes, não fugir dos mesmos. Sei que tal tarefa não será fácil, mas a
inclusão é a saída, não a exclusão, que é a rota de fuga, a mais fácil de se
tomar. Assim, uma reunião com os pais é de grande valia, para que tais verdades
sejam apontadas e para que nosso país possa, assim, crescer, sendo mais justo e
havendo, realmente, a Educação para Todos; havendo, com isso, respeito, união e
ajuda mutua, podemos com isso mudar um pouco que seja a história de nossa
educação e, por que não dizer de nosso país, pois sabemos que uma onda pode
começa com apenas uma pequena gota no oceano; que você possa ser essa pequena
onda como orientador educacional.
Como
você bem sabe, seu papel é de orientar o aluno, também, quanto ao processo
escolar, e de ensiná-lo a estudar. E não só isso, seu papel vai bem mais além,
englobando não só a orientação escolar, mas a relação família-escola,
escola-comunidade e até em relação à saúde, relações humanas, acompanhamento
pós-escolar e a orientação para o lazer, orientação vocacional e para o
trabalho. Grande é a sua responsabilidade, devendo seguir a Nova Ordem
Pedagógica, com seus quatro pilares educacionais que são: fazer, ser, conhecer
e conviver. Assim, é sua função, como orientador, fazer o elo entre a escola e
os pais, ou responsáveis, e a comunidade, sendo, contudo, o articulador das
relações interpessoais na escola. Desta forma, nas palavras de Delors (1999)
devemos aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a conviver, aprender a
fazer.
Atenciosamente,
Fabiane Senday
Muito bom....
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